sábado, 2 de junho de 2012

E... chegou o fim


"Começar não é apenas um tipo de ação. É também um estado de espírito, um tipo de trabalho, uma atitude, uma consciência."
Edward Said

Caros leitores,
É com tristeza que escrevo esta publicação. Sim… são saudades que já fazem pesar o peito. Foram quatro “curtos” anos de licenciatura e três curtos meses de estágio na MCA- Segurança Alimentar.
Acabou mais uma fase da minha vida, de estudante e estagiária…
Parece que ainda foi ontem que vim a Beja fazer a inscrição no II Curso de Licenciatura em Saúde Ambiental (e fui confundida com uma administrativa), mas daqui a duas semanas despeço-me da cidade Pax Julia. Mas não para sempre, voltarei brevemente a esta cidade que me acolheu de braços abertos!

Quando me iniciei na aventura na MCA – Segurança Alimentar vinha já com algumas expetativas, quer pelo estágio passado na Unidade de Saúde Pública do Seixal, quer por experiência de uma colega do I Curso de Licenciatura em Saúde Ambiental que também estagiou nesta empresa de prestação de serviços. Como tal, fez com que estivesse pronta para me lançar de unhas e garras para mais uma aventura.
Dizer que já passaram 61 dias desde o seu início, parece que passou muito tempo. Mas do parecer ao ser, vai uma grande distância. Ontem esses dias acabaram, foi num ápice que este dia chegou.

Porque o que é bom acaba depressa… Venho prestar os meus agradecimentos.

Estes quatro anos não aconteciam se não tivesse tido o apoio da minha família, não tenho palavras para agradecer o suficiente tudo o que têm feito por mim. Apenas espero não vos ter desapontado e que tenham orgulho de mim. Agradeço ainda a todas as pessoas que passaram e ficaram comigo nesta etapa, pelas gargalhadas e tristezas, pelos jantares/saídas e estudo/trabalho, amizade e amor. O meu muito obrigado!

Expresso um agradecimento especial ao docente da unidade curricular Estágio IV e a todos os outros docentes.

Ao longo destes 61 dias, tive o privilégio de estagiar lado a lado com pessoas muito competentes, de várias idades, experiências vividas, posturas e métodos de trabalho. Por isso, prezo o meu sincero agradecimento, a toda a família MCA – Segurança Alimentar, pelo apoio, disponibilidade e simpatia que me demonstraram nesta minha aventura.

Em especial agradeço à Engª Alimentar, Teresa Coutinho, aos Sr.s Manuel Oliveira e José Canilhas, que contribuíram para: a consolidação dos meus conhecimentos, a ganhar autonomia e contornar situações do dia-a-dia. Todo este ensinamento foi, essencialmente, através das suas disponibilidades, forças, paciência, interesse e experiências. Agradeço ainda a possibilidade e autonomia de intervenção nas auditorias, quer na verificação de condições, quer na comunicação/interação com os clientes.

Não posso despedir-me sem deixar um agradecimento às minhas colegas de estágio, alegrias e aprendizagem, Inês Viriato e Nélia Raposo.

Reconheço que todas as experiências vividas ao longo destes meses, foram bastante enriquecedoras e contribuíram para o meu crescimento quer como TSA quer como pessoa. Pois, houve sempre algo que me despertou mais interesse ou impressionou.

É com muito orgulho que me despeço dos profissionais com quem trabalhei durante estes três meses de estágio, decerto que não me irei esquecer. 
Como dizia Fernando Pessoa: "Pedras no caminho? Guardo-as, pois um dia irei construir um castelo", essas pedras são o ensinamento que as pessoas com quem convivi me deram. Cada uma à sua maneira, contribuiu para que seja melhor profissional e melhor pessoa. A eles o meu Muito Obrigada!

Neste momento, os 61 dias chegam ao fim, é assim que me despeço de mais uma etapa da minha vida, com saudade. Mas, não irei dizer adeus, apenas…

… Até uma próxima!




       Ana Martinez, Junho 2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alteração à Lei do Tabaco

Governo vai apertar o "cerco" aos fumadores!

Caros leitores, 
desde Janeiro de 2012 se tem ouvido opiniões divergentes sobre a alteração à Lei do Tabaco, imposta em 2007. O Secretário de Estado-Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, declarou que a ideia é rever a legislação ainda este ano com o objectivo de “reduzir substancialmente a exposição passiva em ambientes públicos”, sobretudo, à exposição de trabalhadores, adolescentes e crianças em risco. Uma vez que o tabaco é uma das principais fontes de morte prematura, como afirma a Organização Mundial de Saúde - OMS e adianta Francisco Jorge, diretor-geral da saúde, “Quem não fuma não pode fumar os cigarros dos outros em espaços fechados. O tabaco é a principal causa de morte prematura”. 

Após quatro anos de vigência da presente lei, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia efectuou um estudo indicando que 5,1% dos fumadores deixaram de fumar e 22,3% diminuíram o consumo. "Em quatro anos 38,3% dos fumadores admitiram ter alterado os seus hábitos tabágicos; 64% dos inquiridos disseram ter deixado de fumar quando estão ao pé de filhos, crianças ou mulheres grávidas." in, Público (2012)

Esta mesma sociedade aplaude a nova proposta de alteração do Ministério da Saúde, ou seja, acabar com espaços públicos para fumadores até 2020. "O MS quer proibir a criação de espaços reservados a fumadores em novos estabelecimentos, como restaurantes e bares. Os estabelecimentos que ainda têm espaços onde é permitido fumar terão oito anos para eliminar essas zonas e amortizar os investimentos feitos em equipamentos de extracção de fumo." in, Correio da Manhã (2012)

Penso que estas medidas devem-se à imposição vinda de Bruxelas "A proposta comunitária assenta em três pontos, entre eles, dá um prazo de três anos aos estados-membros para procederem à adopção e aplicação de leis que garantam a plena protecção dos cidadãos contra a exposição ao fumo do tabaco em locais públicos fechados, locais de trabalho e transportes públicos. Bruxelas quer aproveitar para desincentivar os fumadores e pretende para isso recorrer a medidas de apoio e incentivo aos esforços para deixar de fumar e insistir na aposição de advertências ilustradas nos maços de tabaco. " in, Jornal de Notícias (2009)

Na minha opinião, de fumadora passiva, concordo, em certa parte, com a proibição de fumar em espaços públicos. Por um lado, penso que quem não fuma ou quem esteja a laborar, não tenha que inspirar ar contaminado pelo fumo do tabaco de outrém. Por melhor que seja a extração de fumos, existe sempre alguma percentagem de ar poluído, que acaba por prejudicar a saúde dos não fumadores. Por outro lado, esta imposição não deveria ser aplicada aos espaços abertos como: as esplanadas, ruas, jardins, entre outros. Uma vez que cada indivíduo tem direito à decisão de fumar ou não, caso seja uma família de fumadores com crianças e/ou adolescentes, parte da moral dos pais decidir se quer prejudicar a saúde dos seus.

Deixo-vos com um vídeo da Edição da Manhã da Sic Notícias, Novembro de 2011, sobre "O Tabagismo como um inimigo da longevidade". 


Até Breve!

Publicação escrita com Novo Acordo Ortográfico

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Águas de consumo humano



"De acordo com a sua utilização prevista, a água pode obedecer a diferentes critérios de qualidade descritos no Decreto-Lei n.º 306/2007."
Caros leitores,
Uma vez que a água é utilizada no processo produtivo de um determinado produto alimentar, como é o caso, por exemplo, da preparação dos alimentos e na lavagem de utensílios e equipamentos que estão em contato com estes. Por tanto é necessário que se efetue um controlo de potabilidade da água.

"Por vezes, apesar de a água ser de rede pública, o estado da canalização pode comprometer a qualidade da água, razão pela qual é importante existirem procedimentos de verificação do estado da canalização." Grupo  Enge

Pelo disposto no Art. 10º do Decreto-lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, A verificação do cumprimento dos valores paramétricos fixados nos termos do presente decreto-lei é feita:
a) No caso da água fornecida a partir de uma rede de distribuição, no ponto em que, no interior de uma instalação ou estabelecimento, sai das torneiras normalmente utilizadas para consumo humano;
b) No caso da água fornecida a partir de fontanários não ligados à rede de distribuição, no ponto de utilização; [...]  
f) No caso da água utilizada numa empresa de indústria alimentar, no ponto de utilização.

É aqui que a MCA insere mais uma assessoria aos seus clientes, através da colheita de água e, posteriormente, da realização e envio do relatório.
Embora a MCA não esteja diretamente ligada à vigilância das águas para consumo humano, a empresa efetua a sua colheita nos estabelecimentos de produção de alimentos dos seus clientes.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, a fiabilidade dos resultados analíticos depende largamente da amostragem. É fundamental que esta seja efetuada corretamente e que se assegure que as amostras não sofrem alterações no período entre a colheita e a análise.
Portanto e pelas Recomendações ERSAR n.º 03/2010, o procedimento de colheita de é o seguinte:
  1. Desinfetar a torneira com recurso a flamejador ou, se não for possível, por outro método adequado (hipoclorito ou álcool etílico). Em torneiras com boca/terminação em plástico, este ou é retirado ou mergulhado em álcool;
  2. Abrir a torneira, em fluxo máximo, durante algum tempo;
  3. Sem fechar a torneira, reduzir o fluxo e recolher a amostra em frasco estéril para a análise;
  4. Identificar o frasco com o código de cliente e de amostra;
  5. Colocar a amostra na mala térmica, devidamente limpa e com acumuladores de frio suficientes, de forma a garantir a correta refrigeração das amostras, até à entrega na EMAS.


Adatado: Recomendações ERSAR n.º 03/2010

Durante o meu período de estágio, realizei a colheita de água para análise no laboratório da EMAS, de uma queijaria, jardim-de-infância e creche.

"Se a água não for potável cria-se, decerto, condições de contaminação aos alimentos que produzimos."



Até Breve!

Referências:
FQA e DCTA/ESAC, 2002. Consultado a 30 de Maio de 2012. Disponível em: www.esac.pt/noronha/manuais/manual_HACCP_AGRO%2044.pdf
Grupo Enge. Consultado a 20 de Maio de 2012. Disponível em: http://www.grupoenge.com/alimentar/?p=13
Recomendações ERSAR n.º 03/2010. Consultado a 20 de Maio de 2012. disponível em: http://www.scribd.com/full/36033407?access_key=key-2edphfk1tv3ktirpgofc

Publicação escita com Novo Acordo Ortográfico

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Laboratório MCA

Caros leitores,
"O controlo sanitário do produto final, é fundamental na verificação do sistema de segurança alimentar."

MCA - Segurança Alimentar

No seguimento da publicação Auditorias Periódicas de manutenção do Plano HACCP, a MCA - Segurança Alimentar desenvolve o serviço de assessoria à implementação e manutenção do Sistema HACCP, que se apoia na realização de Testes de Análise Microbiológica a Superfícies e Operadores, assim como realização de análises às matérias-primas, águas e produto acabado. 
Portanto, como já referido, realizam-se os seguintes tipos de análise:
  • Análises microbiológicas (pratos confecionados, carnes e produtos à base de carnes, pescado, leites e lacticínios, pão, produtos de pastelaria e águas).
  • Análises Físico-químicas (azeite, mel, leites, queijos, enchidos, pão e águas para consumo humano e residuais).

Testes efetuados no laboratório MCA são realizados aos parâmetros de:
  • Listéria Monocytogenes;
  • Salmonella Spp.;
  • Coliformes Totais a 30ºC;
  • E. coli;
  • Germes Totais;
  • Enterobactérias;
  • Staphylococcus Coagulase Positiva.
Outros parâmetros não realizados no laboratório da MCA, são realizados em laboratórios subcontratados. Estes são:
  • Laboratório da EMAS - Beja, Portugal;
  • Laboratório da CEBAL - Beja, Portugal;
  • Escola Superior Agrária de Beja, Portugal;
  • Laboratório Microal - Espanha.
O apoio prestado através de um serviço de laboratório com  ensaios acreditados, permite de forma rápida e eficaz, disponibilizar resultados. 

A MCA tem implementada uma metodologia para a codificação e o anonimato das amostras permite que, a realização dos ensaios microbiológicos no Laboratório, seja efetuada de modo independente e imparcial.
  
Procedimento de colheita e transporte de amostras:
v  As zonas dos utensílios que vão contactar com o produto devem estar esterilizadas e só contactar com aquele, nunca devendo ser colocadas sobre mesas, bancadas, etc.
v  A roupa dos intervenientes deve estar limpa e as mãos lavadas e desinfetadas.
v  As mãos não devem contactar a amostra, nem nas zonas dos utensílios que irão colher.
v  O recipiente para onde é colhida a amostra (que deve estar esterilizado), tal como aquele que contem o alimento, devem ser abertos, o menos possível e o mais horizontalmente possível.
v  Quando o produto a analisar estiver contido em embalagem própria, a amostra deve ser constituída pela embalagem intacta. Mas se o produto for:
o Líquido: deve ser cuidadosamente homogeneizado com material esterilizado antes da colheita;
o Pastoso e/ou de difícil mistura: devem colher-se com material esterilizado porções em diversos pontos;
o Sólido: deve verificar-se em primeiro lugar se a camada externa deve fazer parte da amostra. Se não, deverá ser retirada com material esterilizado que não deve ser utilizado na restante colheita sem reesterilização;
o Heterogéneo: a amostra deve comportar quantidades proporcionais das diferentes zonas ou porções;
o Congelado: deverá evitar-se proceder à descongelação para colheita da amostra;
o Produtos estabilizados pelo calor (conservas): a amostra deve ser constituída por três unidades no mínimo;
o Amostra colhida de uma torneira: esta deve ser previamente limpa, desinfectada por dentro e por fora e flamejada. O líquido deve escorrer alguns segundos antes de se colher a amostra;
v  O transporte da amostra de produtos perecíveis deve realizar-se a uma temperatura de 0ºC a 4ºC (inferior quando se trata de produtos congelados) e a análise deverá realizar-se até 24 h depois da colheita excepto para os produtos congelados em que este prazo poderá ser alargado.
v  A refrigeração não será necessária quando se trata da amostra de alimentos desidratados ou de conservas.

Os Testes de Análise a Superfícies e Operadores são realizados com testes de slide, flexíveis, para controlo microbiológico - Contact Slide 1, que faz a contagem de Germes Totais e Enterobactérias (ISO 18593:2004).
Instruções de utilização:
  1. Retirar o teste do frasco, de forma a evitar qualquer contacto com a superfície que contém o ágar.
  2. Fletir o teste sobre a superfície a analisar, com um ângulo de aproximadamente 90º, manter o teste em contacto com a superfície durante 10 segundos.
  3. Voltar a colocar o teste dentro do frasco e enroscar a tampa, incubar a 36ºC +/-1ºC, durante 24-48 horas. Para a deteção de bolores, prolongar a incubação por mais 24-48 horas a 25-30ºC.
  4. Depois da incubação, observar o crescimento bacteriológico no meio e estimar a concentração bacteriológica utilizando (Figura 1).

Leitura e Apresentação de Resultados:
A interpretação do nível de higiene das superfícies depende o ambiente examinado. A Figura 1 é referente a superfícies em contacto direto com alimentos.
Figura 1 - Exemplo de interpretação de resultados no Contact slide 1
Fonte: MCA - Segurança Alimentar

Após as análises serem lidas e através do código referente a cada amostra, são realizados os relatórios. Uma vez que os parâmetros analisados divergem de amostra para amostra. 
Para as amostras de prestação de serviço no âmbito de assistência técnica e após a emissão do Relatório de Ensaio, pode ser efetuada a emissão de um parecer técnico relativo a possíveis tratamentos ou medidas a tomar, no caso de resultados não satisfatórios, de forma a eliminar uma possível não conformidade nos processos produtivos dos clientes. Os pareceres não são vinculativos e a MCA não se responsabiliza pelo resultado final obtido.

Até Breve!

Referências: 
MCA - Segurança Alimentar

Publicação escrita com Novo Acordo Ortográfico


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Higiene e Segurança no Trabalho


As condições de segurança, higiene e saúde no trabalho beneficiam favoravelmente a vida do trabalhador, nomeadamente a sua realização pessoal e profissional.
Caros leitores, 
Todos os anos registam-se muitos casos de acidentes de trabalho e novos casos de doenças profissionais. Devido à dimensão desta problemática e ao impacto que tem na saúde dos trabalhadores, torna-se necessário considerar que o direito a condições de trabalho adequadas, deve ser visto como um direito humano fundamental. Como é referido na alínea c) do número 1 do artigo 59º da Constituição da República Portuguesa Desta forma, qualquer trabalhador tem o direito de possuir no seu local de trabalho, condições de segurança, higiene e saúde.
De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde, a Saúde Ocupacional é “a promoção de condições de trabalho que garantam o mais elevado grau de qualidade de vida no trabalho, protegendo a saúde dos trabalhadores, promovendo o seu bem-estar físico, mental e social e prevenindo a doença e os acidentes”. Deste modo, a saúde ocupacional permite prevenir e reduzir os riscos profissionais, proteger e promover a saúde dos trabalhadores e contribuir para uma melhor satisfação profissional e melhores níveis de desempenho.
De uma forma sintética, a Higiene e Segurança no Trabalho tem um caráter preventivo, ou seja, “...ver antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar todas as providências para que o acidente não tenha possibilidade de ocorrer...” (Mega Expansão, 2010). Portanto, a prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de ocorrerem condições de insegurança, que podem por em causa a saúde, a segurança e o bemestar do trabalhador. Nestes termos, pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho. 
Os princípios gerais de prevenção na área da Higiene e Segurança no Trabalho, são:
  1. Evitar o risco;
  2. Avaliar os riscos não evitados;
  3. Combater os riscos na origem;
  4. Adaptar o trabalho ao Homem (equipamentos, máquinas, postos, etc.);
  5. Atender ao estado de evolução da técnica;
  6. Substituir o que é perigoso por o que é isento de perigo ou menos perigoso;
  7. Planificar a Prevenção como um sistema coerente;
  8. Dar prioridade à proteção coletiva face à proteção individual;
  9. Formar, informar e consultar.

Em suma, a HST tem como objectivo diminuir a sinistralidade laboral, ou seja, o número de acidentes que ocorrem num local de trabalho e consequentemente aumentar a produtividade.

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Perigo: fonte, situação ou acto com potencial de dano em termos de lesão ou doença humana, ou uma combinação de ambas.
Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um acontecimento perigoso especificado ou da(s) exposição(ões) e a gravidade da lesão ou doença profissional que podem ser causadas pelo acontecimento ou pela exposição. Pode ser quantificado através da seguinte expressão:








O espaço laboral pode apresentar uma imensidade de riscos para os trabalhadores, nomeadamente: Riscos físicos; Riscos químicos; Riscos biológicos; Riscos ergonómicos; Riscos psicossociais; e Riscos de acidentes, como se pode verificar no quadro seguinte.
Grupo I:
Verde
Grupo II: Vermelho
Grupo III: Castanho
Grupo IV: Amarelo
Grupo V:
Rosa
Grupo VI:
Azul
Perigos Físicos
(Gerados por máquinas e condições físicas do local)
Perigos Químicos
(Representados por substâncias químicas capazes de provocar danos à saúde)
Perigos Biológicos
(Causados por microorganismos capazes de desencadear doenças)
Perigos Ergonómicos
(Causados por posturas inadequadas exigidas pelo tipo de trabalho)
Perigos
Psicossociais
(Causados por pressões psicológicas ou situações de stress)
Perigos de Acidentes
(Ocorrem devido a condições físicas e tecnológicas impróprias)
Ruídos
Poeiras
Vírus
Esforço físico intenso
Controlo rígido de produtividade
Arranjo físico inadequado
Vibrações
Fumos
Bactérias
Levantamento e transporte manual de peso
Trabalho em turnos diurno e nocturno
Máquinas e equipamentos sem protecção
Radiações ionizantes
Neblinas
Protozoários
Exigência de postura inadequada
Monotonia e repetitividade
Ferramentas inadequadas ou defeituosas
Radiações não-ionizantes
Gases
Microfungos
Iluminação inadequada
Situações de stress
Iluminação inadequada
Frio
Vapores
Parasitas
Imposição de ritmos excessivos

Electricidade
Calor
Nevoeiros
Algas
Jornada de trabalho prolongada

Probabilidade de incêndio ou explosão
Pressões anormais
Aerossóis



Armazenamento inadequado
Humidade
Fibras



Animais peçonhentos
Quadro I - Grupos de riscos e respetivos agentes causadores
São os locais de trabalho, os empregadores e as empresas que estão na origem dos riscos, perante isto, os mesmos são responsáveis pela sua redução e controlo, através do desenvolvimento de estratégias de prevenção com o objectivo principal de promover de forma eficiente a saúde dos trabalhadores.
Hoje em dia, sabe-se que é extremamente difícil eliminar os riscos na sua totalidade. Deste modo, existe a necessidade de uma intervenção por parte das autoridades competentes, mais a nível da prevenção dos riscos presentes nos locais de trabalho. Este tipo de prevenção deve passar pela formação dos trabalhadores e dos empregadores, como também pela adopção de medidas técnicas estruturais e organizacionais, com o objectivo garantir a segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. Neste sentido, torna-se indispensável a análise dos riscos nos locais de trabalho. A análise dos riscos tem duas etapas: Avaliação de Perigos e Quantificação/Valoração dos Riscos.
Pela OHSAS 18001:2007 – Occupational Health and Safety Management Systems, a avaliação dos perigos existentes, consiste na avaliação do(s) risco(s) decorrentes de um perigo, tendo em conta a adequabilidade de quaisquer controlos existentes, e de decisão sobre se o risco é aceitável (através da quantificação/valoração do risco). A avaliação do risco, dependendo do parâmetro avaliado, é feita recorrendo a diferentes métodos e com frequências distintas. Na tabela seguinte são apresentados para cada perigo os métodos de avaliação e a frequência com que esta é realizada:
Tipo de Risco
Parâmetros de Avaliação
Métodos
Frequência
Riscos Físicos
Ruído
Medição através de: Sonómetros e Dosímetros individuais (nível de ação e valor limite);
Anualmente
Vibrações
Medição através de: Acelerómetros
Sempre que haja alterações na criação ou modificações dos postos de trabalho, e no caso dos VLEs serem excedidos, a periodicidade mínima é de 2 em 2 anos.
Riscos Químicos
Poeiras
Medição através de:
Aparelhos de leitura direta; tubos colorimétricos.
Dependendo dos resultados, as medições deverão ser feitas mensalmente ou de 2 em 2 meses
Riscos Biológicos
Bactérias (Legionella)
Relatório de manutenção dos sistemas de ventilação e climatização;
Relatórios médicos
Semestralmente
Riscos Ergonómicos
Postura inadequada
Avaliação e análise estatística dos relatórios médicos
Anualmente
Levantamento e transporte manual de peso
Iluminação inadequada
Medição através de:
Luxímetro e luminancímetro, oíndice unificado de encandeamento limite(UGR L)
Sempre que haja alterações estruturais/ organizacionais do espaço
Riscos Psicossociais
Monotonia e Repetitividade
Vários inquéritos e estudos

Semestralmente
Riscos de Acidentes
Arranjo físico inadequado
Análise de riscos
Controlo frequente
Máquinas e equipamentos sem proteção/Ferramentas inadequadas e sem proteção
Observação contínua
Frequentemente
Armazenamento inadequado
Iluminação inadequada
Medição através de:
Luxímetro e luminancímetro, oíndice unificado de encandeamento limite(UGR L )
Sempre que haja alterações estruturais/ organizacionais do espaço
Quadro II – Métodos e frequências de avaliação de riscos
Fonte: apontamentos das aulas de Técnicas de Amostragem e Análise em Saúde Ambiental (Prof. António Branco), ano letivo 2010/2011).

Acidente de trabalho Vs. Doença Profissional
Os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no local de trabalho e nas inúmeras deslocações que fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias. Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais. Estes são prevenidos pela eliminação ou redução das condições inseguras, através da Segurança do Trabalho.
Doenças profissionais são adquiridas na exposição a condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem-estar do trabalhador, sequência do exercício da atividade. São também consideradas acidentes do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho. Estas doenças são prevenidas através da Higiene do Trabalho que anda de “mãos dadas” com a Medicina do Trabalho (Saúde do Trabalho).
Na maioria dos casos, é possível identificar um conjunto de fatores que potenciam a possibilidade de acidentes ou doenças. As principais neglicências são:

  • Devido a CONDIÇÕES PERIGOSAS:
o    Máquinas e ferramentas;
o    Condições de organização (Lay-Out mal feito, falta de arrumação e limpeza);
o    Condições de ambiente físico (iluminação, ruído, conforto térmico, entre outros).

  •           Devido a ACÇÕES PERIGOSAS:
o    Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.);
o    Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem);
o    Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, distrações, brincadeiras).


Explicação:
  Ø  Se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no exercício de sua atividade, tem-se um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se operador se queima com ácido ao encher uma tina, resulta um ACIDENTE DO TRABALHO.
  Ø  Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, causado pelo trabalho executado, resulta uma DOENÇA PROFISSIONAL.

REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE/DOENÇA
Para que a atividade de um operador decorra com o mínimo de risco, têm que se criar diferentes condições passivas ou ativas de prevenção da sua segurança.

Através o descrito no artº 3º, no ponto 1, alíneas a), b) e c) da Lei nº102/2009, de 10 de Setembro, a promoção de um ambiente sadio e isento de condições de insegurança, aplica-se a todos os ramos de atividade, nos sectores público, privado ou cooperativo e social, aos trabalhadores por conta ou ao serviço de outrem, aos respetivos empregadores, e ao trabalhador independente. Ou seja, é necessário que tanto os empresários (que têm obrigação de fornecer um local de trabalho com boas condições de segurança e higiene, maquinaria segura e equipamentos adequados), como os trabalhadores (têm a responsabilidade de desempenhar o seu dever com menor perigo possível para si e para os colegas) estejam comprometidos com uma mentalidade de Prevenção de Acidentes.
Como já mencionei, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de prevenção da segurança e higiene. As prioridades são:
  • Eliminação do risco: tornar o risco definitivamente inexistente. Por exemplo: uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco poderá ser eliminado com um piso antiderrapante;
  • Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado. Esta opção é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. Por exemplo: as partes móveis de uma máquina, como engrenagens e correias, devem ser neutralizadas com anteparos de proteção, uma vez que essas peças não podem ser simplesmente eliminadas;
  • Sinalização do risco: medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou isolar o risco. Por exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados;
  • Ações de Formação: assegura a motivação dos trabalhadores na política de segurança, a fim de tornar visível a importância da sua participação ativa, para que eles próprios representem agentes ativos de mudança no processo de prevenção e correção de riscos. Deste modo, será fundamental que os trabalhadores assumam uma atitude de empowerment, que representa uma abordagem com o objetivo da repartição do poder de decisão, autonomia e participação, exigindo a alteração de comportamentos. Isto é, uma vez informados os trabalhadores dos riscos a que estão expostos e qual a sua origem, mais facilmente poderão intervir de na criação de soluções, quer ao nível individual como coletivo, constituindo agentes de mudança.

Uma outra forma, de redução dos riscos de acidentes e doenças profissionais, é a medida de proteção coletiva, através dos Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC. Estes equipamentos devem ter prioridade aos individuais, uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, indiscriminadamente. Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência. Os seguintes exemplos são formas de aplicação de EPCs:
  • Sistema de exaustão – elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de trabalho;
  • Enclausuramento de máquina ruidosa – para encobrir o ambiente do ruído excessivo;
  • Comando bimanual – mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o ciclo de uma máquina.
Caso se torne impossível instalar um equipamento de segurança coletivo, é necessário recorrer a medidas complementares de organização do trabalho, que, em certos casos, podem comportar a redução dos tempos de exposição ao risco. Ou, quando as medidas de segurança coletivas e as medidas administrativas não são suficientes para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um Equipamento de Proteção Individual (EPI) apropriado. Estes são todos os dispositivos de uso pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador, por exemplo capacetes, luvas, entre outros.

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Indo ao encontro com o Conteúdo Funcional do Técnico de Saúde Ambiental (Decreto-Lei nº 117/95, de 30 de Maio) e das competências que lhe sejam atribuídas, a atividade deste desenvolve-se em muitas áreas, nomeadamente a Saúde Ocupacional. Isto é, compete ao técnico a participação em ações de vigilância e controlo do ambiente. Assim como a higiene, saúde e segurança do local de trabalho, de forma a assegurar que todas as medidas preventivas necessárias para a eliminação ou redução dos riscos, para os trabalhadores, sejam aplicadas, assegurando, deste modo, a saúde de todos os trabalhadores do estabelecimento.
Como “pré-TSA”, durante o período de estágio na MCA – Segurança Alimentar, tive a oportunidade de realizar uma auditoria de Higiene e Segurança no Trabalho numa oficina, de realizar inúmeros relatórios e elaborar pastas de HST para variados tipos de estabelecimentos.
De acordo com o mencionado anteriormente, afirmo que é de extrema importância o empenho da entidade empregadora relativamente às condições de trabalho dos seus trabalhadores/colaboradores. Uma vez que a entidade é obrigada a assegurar um espaço que garanta aos trabalhadores a qualidade necessária para desempenhar as suas funções sem colocar em perigo a sua saúde, física e mental.

Deixo-vos dois filmes sobre Higiene e Segurança no Trabalho: As aventuras de Napo e Prevenção de Riscos Laborais. O segundo filme mostra o que é um pouco a intervenção de um TSA na Higiene e Segurança no Trabalho.



Até Breve!

Referências:
2005. Constituição da República Portuguesa. Consultada em 15 de Maio de 2012. Disponível em: http://www.portaldoeleitor.pt/Documents/DecretosLei/constituicao-republica-portugesa-2005-integral.pdf
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